ABISMOS DO SOBREVIVER
Que me ergueriam ao céu
Mas depois me afogariam no abismo
Joguei minha vida ao léo -
Meus olhos só queriam se fechar
Também quis fugir e voar
Mas tudo retornava
O retorno de um mal que eu não queria
O suor molhava meu corpo -
E mesmo agora, se me tocar,
Sentirá o meu suor, meu sangue, meu pulso
Mas eu estou lá: no abismo
Onde as palavras já não falam
Não tente usá-las para me resgatar
Ninguém percebeu que eu criava asas
E que poderia com elas voar
Quando eu me atirei no abismo
Ninguém percebeu meu voo surdo
Se antes todos estiveram mudos
Não será agora que palavras vão ajudar
Cinco são os sentidos
Meus ouvidos estão entupidos
Se encheram de palavras vãs
Eu já me atirei no abismo
Agora tudo o que preciso
É de enxergar os amanhãs.
Kelly Vyanna
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1 comentários
Vamos aguçar mais os sentidos e não nos deixar cair no abismo.
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