sábado, 28 de fevereiro de 2015

Lançamento dos livros "Eu fico loko", de Christian Figueiredo e "Diário de um adolescente apaixonado", de Rafael Moreira, com participação de Lucas Lira

Essa é uma resenha do evento de lançamento dos livros de Christian Figueiredo e Rafael Moreira em Brasília. Lucas Lira compareceu como convidado.
#Deprimente o despreparo dos organizadores desse evento!#

No dia 26 de fevereiro de 2015, ocorreu um episódio lamentável no que diz respeito à venda e aquisição de livros em Brasília. A Livraria Saraiva, Leitura e o Terraço Shopping, colocaram em risco milhares de adolescentes que foram iludidos pelas promessas de compras em pré-vendas de livros de seus ídolos do Youtube, Christian Figueiredo e Rafael Moreira. Durante a pré-venda houve anúncios na livraria Saraiva e no canal dos autores de que, comprando o livro na pré-venda, poderia-se participar do lançamento, receber autógrafo e tirar foto com os ídolos. Somente no dia 12 de fevereiro, após muitos fãs terem comprado os livros, e enquanto aguardavam ansiosos pelo dia do lançamento, é que foi noticiado em página do facebook que seriam distribuídas 400 senhas, para cerca de 2000 pessoas que compraram os livros na esperança de encontrarem-se com seus ídolos. Muitos adolescentes acompanham os vídeos, mas não a página do facebook dos autores e, como isso não foi anunciado nos vídeos, nem sequer ficaram sabendo dessa distribuição de senhas. Adolescentes saíram de suas casas e foram colocados em situação de risco, em meio a muita confusão, bagunça, seguranças despreparados. O espaço escolhido para o evento foi inadequado para atender aos participantes, é de difícil acesso, com estacionamento pago, e pouca circulação de ônibus. Ainda assim meninas e meninos se arriscaram, saindo de suas casas sozinhos para ficarem por até 18 horas seguidas com seus livros em mãos na esperança de encontrar-se com os ídolos. E voltaram para casa tarde da noite sem serem atendidos. Me doeu mesmo acompanhar tamanha decepção e lágrimas no rosto de tantos jovens. 

A frustração por que passaram essas crianças é irreparável. Os organizadores do evento simplesmente fecharam as portas na cara dos adolescentes, que, tarde da noite, tiveram de ir embora tristes, frustrados porque não puderam estar com o ídolo, conforme as expectativas que foram criadas pela Livraria Saraiva no momento de fazer o anúncio para vender mais livros. A distribuição de senhas foi feita de maneira estranha e arbitrária, nem todo mundo tinha informação de que seria distribuída. Começaram a distribuição a partir das 10h, sendo que o evento estava marcado para começar às 19h30. Na página do facebook foi informado que as senhas eram pessoais e intransferíveis, o que obrigou muitos adolescentes a ficarem desde as 8h da manhã até, no mínimo as 8h da noite numa fila. Isso para quem conseguiu a tal da pulseira azul, que dava direito a estar entre os primeiros a serem atendidos. Aos que não conseguiram a tal pulseira, restou ser esmagados em filas e enganados a todo instante por boatos de que novas senhas seriam distribuídas. Não houve informações positivas por parte dos organizadores, então os jovens acabaram se expondo a sofrimentos, empurrões, pisoteamentos, humilhações, enquanto toda sorte de boatos e falsas esperanças eram difundidos. Tudo porque os organizadores não conseguiram equalizar a quantia de pessoas que compraram os livros, e as que ainda desejavam comprar, já que foi anunciado que as compras poderiam ser realizadas também no momento do evento, com a quantia de pessoas que os autores poderiam receber. Geraram falsas expectativas de que todos teriam a chance de tirar uma foto com os autores, mas só depois decidiram que isso não seria possível, restringindo o número a 400.  

Enfim, embora tivessem noção de que mais de 2000 pessoas estariam no evento, resolveram distribuir apenas 400 senhas e impedir, por meio de grosserias, brutalidades, desrespeito e humilhações que mais de 2000 pessoas pudessem estar com os autores, conforme pensaram que, comprando o livro, seria possível. Ou seja, após a compra do livro, os organizadores perceberam que não seria possível aos autores atender a todos os fãs, então decidiram arbitrariamente, distribuir 400 senhas, submetendo outros tantos fãs a toda sorte de humilhações e aviltamentos. Mesmo aqueles que conseguiram a tal senha tiveram de passar por dificuldades para conseguir chegar até os autores. E no final, conforme comentários, as fotos ainda saíram mal feitas. Nas cidades em que o evento aconteceu previamente, há reclamações de que as fotos demoram a serem postadas, algumas ainda nem foram. O mais grave de tudo isso é que os organizadores do evento fizeram crianças sofrerem, chorarem e terem os seus sonhos frustrados, chegando mesmo a passar mal, sem condições de atendimento adequado num shopping pequeno, de difícil acesso. Fizeram crianças de 10, 13, 14 anos se arriscarem em meio a uma multidão. Ninguém estava preparado para receber os participantes, não havia pessoal treinado para lidar com a massa de adolescentes que compareceu ao evento. Nada foi feito, estavam todos perdidos, sem saber o que fazer. Muitos adolescentes foram humilhados e maltratados apenas por terem comprado um livro da Livraria Saraiva, e desejarem estar com seus ídolos. Vejam bem, não se trata aqui de fãs que se arriscam perseguindo os ídolos em momentos inapropriados, não era esse o caso. Os fãs responderam ao anúncio de uma livraria, aos apelos do ídolo para que adquirissem os livros e comparecessem ao evento. Aqueles adolescentes com seus livros em mãos tinham o direito de tirar uma foto com seus ídolos, era isso o que havia sido combinado quando os compraram.

Os autores podiam ter recebido bem mais do que 400 pessoas. Eles tinham de ter honrado os anúncios que fizeram, eles têm responsabilidades com seus fãs, assumiram o compromisso de atendê-los, e deviam ter exigido dos organizadores que possibilitassem isso. Ora, qual artista popular que só pode atender 400 pessoas? Isso é absurdo! O padre Marcelo Rossi quando veio a Brasília atendeu a todos os que se dirigiram ao local. Em São Paulo, autografou livros até ter de enfaixar a mão, e no final atendeu 6000 pessoas. Vejam link: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/971916-padre-marcelo-recebe-leitores-na-bienal-por-oito-horas-e-sai-com-a-mao-enfaixada.shtml Isso se chama honrar compromissos. Qualquer autor que divulga livros em escolas autografa mais de 400 livros num só dia, chegando a atender até três escolas no mesmo dia! Mas, ainda que Christian Figueiredo e Rafael Moreira não conseguissem autografar todos os livros pessoalmente, ora, eles até já vinham com autógrafos digitais! Bastava tirar fotos com seus fãs. Um clique para cada fã que comprou seu livro, não é pedir muito. É honrar o compromisso assumido quando foram anunciadas as pré-vendas.

 A lição que fica é que não basta incentivar os jovens à leitura, mas a ter senso crítico e nunca, jamais!, aceitarem situações deprimentes como essa. Eles se tornarão bons leitores, mais bem informados a cada dia, mas jamais esquecerão que foram iludidos e que alguém os fez passar por uma das primeiras e mais tristes frustrações de suas vidas, no que diz respeito à dignidade de um fã. Com certeza não se esquecerão de que foram vítimas de uma grande injustiça e que isso fique marcado em suas mentes quando resolverem comprar livros e eletrônicos. A dor e o sentimento de injustiça que esses jovens passaram não vai ficar impune. Os organizadores do evento, a Livraria Saraiva, os autores Christian Figueiredo, Rafael Moreira e o youtuber Lucas Lira têm o dever de recompensar os jovens de Brasília pelos momentos terríveis a que expuseram os fãs. Embora todo fã goste de se aventurar por seu ídolo, mas não foi esse o caso. Foi criada uma expectativa, pela qual cada um deve assumir a sua responsabilidade.



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